sábado, 13 de dezembro de 2008

O plano Sócrates anti-crise

O Governo anunciou hoje aquilo que se pode de facto considerar um Plano anti-crise.

Os problemas conjunturais são:
  • Dificuldade das empresas micro, pequenas e médias no acesso ao crédito
  • Aperto de tesouraria com os clientes a pagarem mais tarde, as empresas a venderem menos e alguns impostos (como o Pagamento Especial por Conta) indexados a valores do passado quando se vendia mais.
  • Falências com ameaça de aumento do desemprego.

As medidas apresentadas orientam-se exactamente para esses problemas. Alguns exemplos:

  • Linhas de crédito, fundos de reestruturação industrial e de financiamento de projectos (neste caso para as agro-indústrias e agricultura)
  • Redução do limite mínimo do Pagamento Especial por Conta de 1250 para 1200 euros; redução das contribuições para a segurança social para empregados com mais idade; compromisso de acelerar a devolução do IVA;
  • Alargamento temporário do subsídio de desemprego por mais seis meses; apoios a empresas que precisem de reduzir temporariamente a actividade económica.

Juntam-se a estas medidas de carácter mais conjuntural, o reforço do crédito ao seguro para exportação e uma linha de financiamento à exportação mais vocacionada para aumentar as vendas ao exterior, bem como a promoção no exterior - esta última sempre com eficácia duvidosa.

Do lado dos estímulos à economia por via do aumento da Procura, destacam-se as iniciativas de investimento público de obras em escolas, incentivos ao investimento em banda larga e no aumento da eficiência energética.

Parece ser um plano um bocado melhor pensado.

O défice público vai aumentar dos 2,2% previstos para 3% em 2009.

2 comentários:

Anónimo disse...

TENTAR ESVAZIAR O MAR COM UM BALDE...

Temos uma crise que "rebentou"... porque tinha de rebentar!

Primeiro rebenta no imobiliário, depois passa para as bolsas de valores, logo contagiando a Economia real... porque rebentou o esquema piramidal.

Nós cá temos o BPN, o BPP, "furacão"... eu sei lá!

Mas quando lemos sobre o último escândalo, o de Bernard Madoff que, em 13 anos, ESPATIFOU 50'000 milhões de USD no que “puede acabar siendo un fraude cinco veces mayor que el que tumbó la telefónica WorldCom en 2002, o a la eléctrica Enron y la tecnológica Tyco.” e é apenas UM caso... NÃO DEVEMOS PENSAR QUE O PIOR ESTÁ PARA VIR?

Quando lemos a propósito Madoff "No había una pistola humeante, pero sí muchos farolillos rojos que invitaban a ser prudentes"… "No es que operara bajo el radar. Es que construyó el radar" NÃO DEVEMOS NOVAMENTE PENSAR QUE O PIOR ESTÁ PARA VIR?

J. Bravo - 14 Dez 2008

Pedro Braz Teixeira disse...

As contas simplistas do governo parecem ser: tínhamos um défice de 2,2%, vamos gastar mais 0,8%, ficamos com um défice de 3,0%. Ridículo. Se temos uma forte revisão do cenário macro (implícita no pacote anti-crise), então a anterior previsão de despesa leva a um défice muito superior aos 2,2%. Logo, o novo défice será muito acima dos 3%. A não ser que o governo tencione inventar mais umas quantas manigâncias, às muitas que já lá estavam para assegurar os milagrosos 2,2%.