domingo, 20 de setembro de 2009

E se o Presidente...

... esteve mesmo sob vigilância?

Temos levado esse assunto com demasiada displicência.

Lendo o que escreveu o Correio da Manhã - e depois do que escreveu o Público em Agosto - vale a pena olhar para a hipótese de do Presidente ter mesmo estado sob vigilância.

Se assim for grande parte do comportamento do Presidente começa a fazer sentido, e há respostas para as questões e dúvidas que aqui coloquei.


  1. As dúvidas de Abril tinham de ser confirmadas - face à gravidade do problema o Presidente, dando prioridade à estabilidade do regime, tinha a obrigação se usar primeiro todos os meios antes de envolver as instituições - como PGR .
  2. A mais de um ano de eleições e em plena crise económica, gerar um problema de regime era bastante grave.

Continuo sem compreender porque decidiu o PR informar os meios de comunicação social - informar e não "encomendar" - quer em Abril de 2008 como agora em Agosto, esta última de forma bem clara - é preciso não esquecer que a notícia do Público refere "fonte da Casa Civil", expressão que em regra não é usada para referir aos assessores para a imprensa.

Hipótese para a sua opção de informar o público em geral em Abril de 2008: a) tentar resolver o problema por essa via, ou seja, tentar que quem quer que seja que tivesse colocado a Presidência sob vigilância ou escuta recuasse.

Parece-me que levei com demasiada displicência a notícia de Agosto de 2009 do Público.

Não me parece que o PR usasse uma arma como a da Segurança para combater o Governo.

Enfim, não tenho certezas de nada. Só hipóteses baseadas no que foi a prática de Cavaco Silva como primeiro-ministro. E se o Presidente suspeita estar sob vigilância o assunto tem de ser levado muito a sério.

3 comentários:

Pascoal disse...

O PR está a fazer uma jogada política e a interferir deliberadamente com as eleições.
Se tivesse esse problema de escutas (o que sem dúvida seria grave) teria actuado à um ano, ou mesmo antes, provavelmente sem fazer muito barulho, mas com firmeza.
Resolveu agora, em pleno período eleitoral, mandar recados, fabricando uma espécie de fuga de informação de uma "fonte da Casa Civil".
Provavelmente não estava à espera que a reacção da sociedade fosse tão marcada (chegavam-lhe uns zunzuns de má lingua sobre o putativo responsável)

oscar carvalho disse...

Se o Pesidente temia estar a ser vigiado mandava investigar discretamente o que se passava, ou ficava com a suspeita. Em qualquer dos casos, caladinho!
Se tinha mais que suspeitas, demitia o governo, ou demitia-se ele próprio.
Se a altura não era oportuna esperava.
Plantar notícias, com ou sem fundamento, não é comportamento digno do Presidente da República de Portugal.

Anónimo disse...

"...comportamento do presidente começa a fazer sentido". como? porquê? se cavaco tem dúvidas há muito tempo que devia ter desencadeado os mecanismos para apurar as suas suspeitas. o comportamento do presidente, verificadas ou não as suspeições, é absolutamente condenável no cargo que ocupa. espanta-me a helena não compreender isso (penso mesmo que a dúvida expressa neste post contraria o que foi afirmado no post anterior).
de qualquer forma os factos (revelados pelo dn e não desmentidos pelo zé manel fernandes) sobre o qual podemos comentar neste momento envolvem o conluio entre o assessor do presidente e um jornal com o objectivo de prejudicar o actual governo nestas eleições (não esquecer os timings das notícias). e é sobre isto - comportamento do jornal e comportamento do assessor - que podemos falar sem entrar no domínio da especulação.
já agora, a notícia do cm foi desmentida pelos militares.