quarta-feira, 17 de novembro de 2010

E depois da Irlanda

Portugal pagou 4,8% para se financiar a um ano. Em Janeiro, para o  mesmo prazo pagou 0,928%. Além de uma taxa mais elevada, a procura foi mais baixa - 1,8 vezes a oferta, contra 2,2 vezes na emissão de Novembro

Portugal's Borrowing Costs rise escreve o Wall Street Journal:

"The sharp rise in borrowing costs highlights the impact Irish concerns have on yields in other euro-zone peripherals, and if Ireland gets an aid package, markets are likely to sooner or later push for a deal on Portugal," Brown Brothers Harriman said in a note to clients.
O efeito dominó está em acção. Os investidores já construíram a sua profecia e a respectiva confirmação.

Assim que a Irlanda disser sim, assim que se vergar à análise técnica dos homens e mulheres do BCE, FMI e Comissão Europeia que amanhã aterram em Dublin, Lisboa concentra a elevada de probabilidade de ser a próxima paragem.

O roteiro deste processo que os líderes europeus pré-traçaram com esta insistência de ajudar publicamente e aos gritos a Irlanda pode ser uma viagem de pesadelo. De Atenas para Dublin, de Dublin para Lisboa, de Lisboa para... pode já não haver este caminho para Madrid e Roma. Aqui a única saída será para Frankfurt, para as máquinas de imprimir moeda com que se quer acabar rapidamente com o fim da compra de títulos aos bancos da Zona Euro e que tanto se odeia por ali.
Ou o fim de um projecto.

Todos conhecemos os riscos. Imprimir dinheiro é inflação, é alimentar a dependência, é desincentivar a redução da dívida. Mas prometer ajuda que não se vai conseguir garantir até às últimas consequências, ameaça o colapso do euro - ou o recuo para a impressão de dinheiro

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